A vacinação contra a Covid-19 está avançando pelo mundo e, em alguns países, maiores de 16 anos já estão sendo imunizados. Porém, as perspectivas para adolescentes e crianças abaixo desta faixa etária receberem vacina só estão aparecendo agora. Dentre as vacinas já aprovadas pelas agências reguladoras, quatro estão testando em menores de idade: Oxford/AstraZeneca, Sinovac/Butantan, Pfizer/BioNTech e Moderna. Na última quarta-feira, 31, inclusive, a Pfizer anunciou que estudos indicaram 100% de eficácia nos jovens entre 12 e 15 anos. Dos 2.260 voluntários, 18 infecções foram confirmadas no grupo que recebeu placebo. No grupo que recebeu a dose verdadeira nenhum caso foi registrado. As responsáveis pelas vacinas tanto da Janssen quanto da Sputnik V já indicaram que pretendem testar suas vacinas em crianças nos próximos meses. Ainda que a doença não acometa menores de idade com a mesma gravidade que idosos, por exemplo, não dá para excluir a faixa etária dos planos.
“Mesmo na população pediátrica existem pessoas de risco: diabéticos, com problemas cardíacos, com HIV, com câncer. Então é preciso vacinar também, independente da idade. E, depois de controlada a doença e vacinar todos os grupos prioritários, pensando em controle de transmissão, você precisa incluir adolescentes e crianças”, explica Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No Brasil, essa faixa corresponde a 25% da população. “Se você quer uma imunidade de rebanho, você precisa incluir essas pessoas”, completou.
De acordo com o especialista, não há muita diferença entre os testes realizados em adultos e os realizados nas crianças. São os mesmos: resposta imune, segurança e eficácia. Mas não é possível estipular o tempo que esses testes levam, embora os estudos de extensão de faixa etária costumem ser mais rápidos. “Você já conhece o perfil de segurança, a resposta imune dos adultos, então você faz análises comparativas”, explica Kfouri. “Em geral, menores de 2 anos e os mais idosos costumam responder de forma ‘menos ótima’ à vacina. A criança pela imaturidade do sistema imunológico e os mais velhos pelo envelhecimento”, afirma.
FONTE:JOVENPANNEWS