Na noite desta segunda-feira, 25, a educação foi o tema do debate especial do programa ‘Direto ao Ponto‘ que escutou especialistas sobre as opções da área durante a pandemia de Covid-19 e o futuro do ensino no país. Sobre os meses de escolas fechadas, todos foram unânimes: o Brasil errou. “Eu acompanhei muitos países e, muitos deles, deixaram as escolas abertas para os mais vulneráveis; além disso, quando as coisas começaram a melhorar, abriram as escolas em esquema de rodízio. Gastaram mais recursos nesse período, justamente para permitir que tivesse aprendizagem em casa e na escola, contrataram mais professores e nós não fizemos nada disso. Nós apenas fechamos e muitos nem ofereceram opções de aprendizagem. Foi um erro e uma tristeza”, disse Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ilona Becskeházy, doutora em política educacional pela Universidade de São Paulo (USP), acredita que o fechamento dos locais de ensino é tão prejudicial quanto as mortes pelo vírus.
“É uma vergonha para o resto da vida. É uma tragédia tão horrorosa como a Covid-19, mas não tem cadáveres, mas vamos lamentar como a pandemia”, desabafou. O professor Stavros Xanthopoylos seguiu o discurso. “Se pensava no rodízio de classe, mas o professor fazia rodada tripla. Ninguém pensou no mínimo de planejamento. Não estamos falando de um planejamento sofisticado é só operacional”, finalizou. Ainda para o professor, o país é hipócrita ao dizer que a educação é prioridade. “O nosso projeto de educação é ‘não educação’. Não faz sentido. Recursos nós temos, sabemos o que tem que ser feito. Quando se fala que o ‘Brasil é diferente’, é verdade, mas a essência do que é necessário aprender não. Acho que a oportunidade que temos hoje, do nó da família, é um momento propício para a sociedade se aculturar para uma mudança”, explicou Stavros.