Trabalhadores Sem Terra deflagram o que chamaram de “Carnaval vermelho”, passando a ocupar terrenos no oeste paulista. A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) diz que 1 mil famílias participam da mobilização em pelo menos dez terrenos na região. O movimento está concentrado nas cidades de Marabá Paulista, Sandovalina, Presidente Venceslau e Rosana. O grupo reivindica a destinação das áreas para implantação de assentamentos da reforma agrária aos trabalhadores rurais sem-terra. A estimativa é de que haja pelo menos 5 mil famílias cadastradas no Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), com direito a mais de 300 mil hectares de terras que estão desocupadas no Estado. A distribuição desses espaços vagos depende de trâmites do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em nota, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo manifestou repúdio às ocupações do MST. A entidade solicita às autoridades que atuem de maneira “firme e contundente” para desmobilizar as ações e responsabilizar os líderes e envolvidos.
A FNL pede que seja considerada inconstitucional a lei estadual de regularização de terras, aprovada no ano passado, que, segundo a organização, favorece os latifundiários, donos de grandes propriedades. A Polícia Militar informa que foi acionada para ocorrências, mas não houve confronto e nem a necessidade de intervenção. Em Rosana, foram apreendidos diversos pneus, que eventualmente poderiam ser utilizados para interdições de estradas. A PM foi chamada para a fazenda São Francisco, em Presidente Venceslau, onde foram apreendidas armas de fogo e munição pertencentes ao inquilino da propriedade. Segundo a PM, a segurança foi reforçada com policiamento de área, força tática e batalhão de ações especiais.
*Com informações do repórter Daniel Lian