O Museu de Arte e Ciências de Itapetinga reabriu suas portas, na noite desta sexta-feira, 11. Após um tempo fechado para recuperar o telhado e o seu interior, destruídos por uma forte ventania e muita chuva, e depois de passar por um elaborado trabalho de organização e gestão de todo o acervo, o museu volta a receber visitantes. Com uma exposição sobre a vida e a arte do saudoso Julio Barbosa, o São Félix, os itapetinguenses puderam novamente, aproveitar o importante patrimônio municipal. Na cerimônia de abertura, além de discursos oficiais, música, cordel e teatro compuseram uma noite de arte em movimento como a cultura deve ser. Representando toda a família do artista homenageado, a sua neta, Naamane Barbosa, falou da alegria de ver o avô eternizado em eventos como o realizado nesta noite. Naamane citou a poetiza Adelia Prado para falar da importância daquela exposição e da gratidão de toda a família: “O que a memória ama fica eterno”. “São Felix permanecerá sempre vivo porque conquistou toda a cidade com a memória do coração”, disse a neta de Julio Barbosa. A exposição “Ainda que o destino nos separe… Cultura e História de Itapetinga pelas mãos de São Félix”, de curadoria de Nilton Cirqueira trouxe, além de fotos das obras do artista, ferramentas e um documentário sobre a vida de Julio Barbosa. São Félix Era finalzinho da década de 20 quando nascia, na cidade de São Félix, aquele que transformaria a paisagem de Itapetinga com a sua arte. Julio Barbosa deixou sua cidade natal para vir a Itapetinga morar com o pai aos 17 anos. Na década de 60, seu talento como pedreiro lhe rendeu inúmeros trabalhos, entre eles, a obra de construção do Ginásio Agro Industrial, local onde morou até o último dia da sua vida. Na década seguinte, o então prefeito José Vaz Espinheira o convidou para fazer a escultura de uma tartaruga no Parque da Matinha. Despertava-se, então, o artista. Só na Matinha são mais de 15 obras. Pelas ruas da cidade, em nossas praças, mais uma infinidade de arte e beleza. Esta exposição marca a reabertura do nosso museu, mas, mais e principalmente, marca a vida de um homem. É forma indelével de dizer que São Félix não nos deixa após sua morte. Ele permanece vivo aqui entre nós. Ao reunir esse material exposto, Nilton aproxima os itapetinguenses da arte de São Félix e, mais ainda, do homem, Julio Barbosa. Conhecer o seu trabalho e a sua história o traz para mais perto, aquele que, embora o destino tenha separado de nós, será sempre aquele que embelezou o nosso município. Júlio Barbosa faleceu em 16 de janeiro de 2011, vítima de um latrocínio. A obra de São Félix, no entanto, permanece viva em toda a cidade e assim permanecerá, porque é algo que a memória de Itapetinga aprendeu a amar.