O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 11, durante conversa com apoiadores, que solicitou acesso às mensagens trocadas pelo ex-juiz Sergio Moro e integrantes da Lava Jato, que foram vazadas em 2019. A justificativa para o pedido seria a citação do nome de Bolsonaro no conteúdo hackeado. O presidente alega que Lula, também citado, garantiu esse direito, e afirma que já recebeu informações sobre o teor das conversas. “Vocês vão cair para trás, chegando eu vou divulgar. O Lula já falou que não vai divulgar, eu vou divulgar. Você vê a perseguição ali, autoridades falando como entravam na minha vida financeira, da minha família”, disse.
Jair Bolsonaro reclama do que ele chama de perseguição aos filhos, parentes e amigos e até advogados que trabalharam para ele. “Eu quero pegar o cara que vendia informações dentro do Coaf, por exemplo. Eu já tenho alguma coisa que tem chegado para mim, espero que o Supremo me dê, deu para o Lula. E já que a imprensa diz que meu nome está, dê para mim também”, disse. Foi com base em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações atípicas do ex-assessor Fabrício Queiroz que o Ministério Público iniciou a investigação sobre o esquema da chamada “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que tem como um dos investigados, o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.
Quando pediu demissão do governo, o ex-ministro Sergio Moro apontou suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Um tempo depois surgiram informações de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria produzido relatórios para assuntos pessoais de Flávio Bolsonaro. Nesta sexta-feira, 11, o procurador-geral da república, Augusto Aras, encaminhou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que não vê conexão entre o inquérito da interferência política na Polícia Federal e a suposta ação da Abin para favorecer o filho do presidente.