O ex-secretário municipal de Educação de Itapetinga, Geraldo Trindade, se filiou ao MDB dos irmãos Vieira Lima, na última segunda-feira, 01/08, em Salvador.
Exonerado pelo prefeito Rodrigo Hagge após ter participado de um evento político do PT, Trindade encontrou apoio no grupo de oposição a Hagge, principalmente nos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, que o convidaram a se filiar ao MDB baiano.
O atual presidente do MDB em Itapetinga é o grande líder político local Michel Hagge, avô do prefeito Rodrigo Hagge. Michel está no MDB desde o início da década de 1980, quando o PP e o MDB se fundiram e fora criada a sigla PMDB. Michel é o único político de Itapetinga que nunca mudou de partido.
A filiação de Trindade ao MDB sugere uma mudança radical nos quadros do Partido em Itapetinga, com a possibilidade de a direção estadual tomar o Partido de Michel e entregá-lo a Geraldo Trindade, ainda este ano, tendo Trindade a garantia de poder lançar-se candidato a prefeito em 2024 por esta sigla, o que causaria uma reviravolta na política partidária do Município.
Por outro lado, tomar o partido de um líder político que sempre levou a Sigla “nas costas” e que, aos 93 anos de idade, ainda preside a legenda não seria uma atitude muito elegante.
O fato é que Geraldo Trindade encontrou guarida nas hostes oposicionistas e já se articula para buscar apoio nos grupos opositores da cidade, a saber, ao lado do PT, da vereadora Sibele Nery, do vereador Tiquinho e do ex-vereador Romildo Teixeira, além de poder aliar-se ao PSB e ao PC do B local.
Vale lembrar que o MDB de Geraldo Trindade compõe chapa com Jerônimo Rodrigues, sendo o candidato a vice-governador de seu Partido.
A ida de Gustavo David ao PDT é uma pavimentação para que os emedebistas de Itapetinga migrem para este partido, só não combinaram com Tiquinho Nogueira se ele irá recepcioná-los, pois, Tiquinho ainda sente as mágoas de não ter sido eleito presidente da Câmara Municipal, mesmo após calorosas conversas com prepostos do Executivo e não gostou da filiação de Gustavo David ao PDT, na capital, sem que a direção municipal estivesse a par do assunto.
O fato é que Geraldo Trindade está no partido do prefeito e não há espaço para ambos na Sigla, em Itapetinga. Um dos dois tem que sair.
A pergunta que não quer calar é: Rodrigo Hagge sai antes ou aguarda a expulsão coletiva dele e dos seus aliados, do Partido?
A primeira opção nos parece mais honrosa, contudo quebra o discurso da traição por parte dos Vieira Lima.
A segunda opção pode parecer desconcertante, mas coloca Geddel e Lúcio numa sinuca de bico, pois Itapetinga e região sabem do quanto Michel levou seus nomes nas costas e lhes garantiu grandes transferências de votos nas eleições às quais disputaram, ao longo do tempo e, assim, os Hagge e os mais de 3 mil filiados construiríam o discurso da traição e sairiam de vítimas, o que desgastaria as lidertanças estaduais da legenda.
De toda forma, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Da Redação