ITAPETINGA-SUDOESTE BAIANO
O diretor do SAAE de Itapetinga, o engenheiro Airton Ferraz, concedeu entrevista hoje, 01/06, ao programa Na Boca do Povo, da Rádio fascinação-AM.
O Diretor falou sobre a atual situação do SAAE no que diz respeito à condição financeira e aos recentes investimentos na aquisição de equipamentos, reformas de setores, aquisição de novos veículos e reforma de parte da frota, além de aquisição de equipamentos elétricos, bombas d’água, fardamento, EPI’s, etc.
Em determinado ponto da entrevista o apresentador Valdomiro Mota questionou sobre a real condição de investimentos da Autarquia, ao que o diretor respondeu que o SAAE no momento não tem capacidade de investimentos, pois tem como receita única a tarifa cobrada pelo serviços prestados à comunidade, sendo essa tarifa uma das mais baratas do Brasil.
Questionado sobre a possibilidade de privatização do SAAE de Itapetinga, o Dr. Airton Ferraz disse que essa possibilidade existe, pois qual empresa privada não gostaria de assumir uma empresa pública totalmente saneada e organizada? O diretor deixou claro que para os investimentos necessários o SAAE de Itapetinga tem duas alternativas: uma, aumentar gradativamente a tarifa de água em níveis acima da inflação, o que lhe garantirá uma real capacidade de investimentos, ou privatizar, o que de qualquer forma resultaria também em um aumento de tarifação aos usuários, uma vez que ao contrário do que acontece hoje, a iniciativa privada aumentaria em patamares mais elevados as tarifas de água e esgoto, uma vez que além de custear as despesas a empresa privada teria uma planilha com objetivo de lucro real, o que não acontece enquanto empresa pública.
Essa questão de privatização é uma via de mão dupla. Há casos e casos, tanto no âmbito federal quanto estadual e municipal. Uma empresa pública que esteja em déficit, trabalhando no vermelho, totalmente sucateada e onerando os gastos públicos deve sim ser avaliada a possibilidade de privatização. Creio não ser esse o caso do SAAE de Itapetinga, que no momento goza de responsabilidade administrativa, tem suas contas saneadas, paga em dia fornecedores, prestadores de serviço e funcionários e ainda encontra condição, mesmo que limitada, de investir em infraestrutura e equipamentos. Ainda que remota, essa possibilidade teria que ser exaustivamente discutida com a comunidade.
Ressalva-se que a questão de privatização foi apenas um questionamento do apresentador, não representando de fato nenhuma intenção manifesta da atual gestão municipal.
Por Maurício Gohmes
