Fundado em junho de 1988, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) teve uma ascensão meteórica no cenário político nacional. Em sua primeira disputa eleitoral, os tucanos elegeram 38 deputados federais e um senador – Beni Veras, pelo Ceará -, além de assumir o comando do governo com a eleição de Ciro Gomes para o cargo de chefe do Executivo estadual cearense. Na legislatura seguinte, houve um aumento de 65,8% no número de cadeiras na Câmara dos Deputados, com 63 representantes, nove senadores, seis governadores – incluindo o início de uma hegemonia no Estado de São Paulo – e a principal cadeira do Executivo: a presidência da República, com Fernando Henrique Cardoso, conquistada no primeiro turno. Vinte e oito anos mais tarde, o partido encontra-se sem um único voto à presidência da República, já que, de maneira inédita, não lançou candidato e elegeu, novamente, o menor número de governadores desde a primeira eleição disputada em sua história – tal como em 2018 -, mas com a perda do controle do principal Estado do país. O atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) mudou-se do DEM para o ninho tucano no primeiro trimestre deste ano na esperança de seguir no comando do Palácio dos Bandeirantes pelos próximos quatro anos – aumentando a hegemonia da legenda no Estado. No entanto, os planos da sigla foram frustrados após Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL), e Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), irem ao decisivo segundo turno estadual. Por fim, o candidato apadrinhado pelo atual chefe do Executivo sagrou-se vencedor e encerrou a supremacia tucana no território paulista depois de quase 30 anos. Para efeito comparativo do declínio da representatividade tucana, em 2018, o PSDB elegeu 13 deputados estaduais para exercer mandatos legislativos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Passados quatro anos, em outubro deste ano, o número de parlamentares tucanos eleitos para a Casa caiu em mais da metade, com apenas sete deputados com votação suficiente para ingressar na Alesp. Além da eleição em São Paulo, no segundo turno, o partido semeava a esperança de ampliar o número de Estados comandados por seus correligionários aos cargos de governador dos Estados de Pernambuco, com Raquel Lyra; do Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite; do Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel; e da Paraíba, com Pedro Cunha Lima – este último sendo o único derrotado entre os quatro que foram ao turno decisivo. O resultado eleitoral impõe um novo revés aos tucanos que por pouco não se tornaram uma sigla nanica em decorrência do fraco resultado nas urnas em âmbito legislativo federal em 2022.