TAXA DE EMPREGOS FORMAIS GERADOS EM JANEIRO É 50% MENOR QUE MESMO PERÍODO EM 2022.

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou nessa quinta-feira (09 de março) alguns dados referentes aos empregos de carteira assinada gerados no mês de janeiro desse ano. Foram mais de 83 mil empregos gerados, mas esse dado representa cerca da metade dos empregos gerados durante o mesmo mês no ano passado.

Em 2022, no mês de janeiro, foram criados mais de 167 mil emprego formais. Isso representa uma queda de 50,2% no ano de 2023. Essa comparação demonstra uma piora considerável. Veja agora mais alguns índices e entenda como está a taxa de empregos no Brasil até o momento. Confira!

Taxa de empregos gerados em janeiro não atingem metade dos gerados no ano passado!

No último mês de janeiro, no ano de 2023, segundo dados do Ministério do Trabalho foram feitas cerca de 1,87 milhão de contratações para empregos formais! Em contrapartida, foram realizadas cerca de 1,79 milhão de demissões. Essas taxas também representam uma mudança em relação aos anos anteriores.

Ao comparar a taxa de vagas abertas em janeiro de 2020 e 2021, podemos perceber uma mudança considerável. Em 2020, foram abertas 112 mil vagas de empregos formais. Da mesma maneira, em 2022, foram abertas 254,2 mil vagas.

Entretanto, de acordo com especialistas, comparar os números desse ano com os de anos anteriores a 2020 não é adequado. Isso acontece pois o governo mudou a sua metodologia frente à essa questão. Sendo assim, as comparações não fariam sentido.

Mesmo assim, se comparado aos anos com a mesma metodologia, janeiro de 2023 apresentou as piores taxas até então. Ao final do mês, por exemplo, o país possuía um número de 42,52 milhões de empregos com carteira assinada.

Se compararmos esse número com o de dezembro do ano passado, podemos perceber um leve crescimento. O número de empregos formais em dezembro de 2022 era de 42,44 milhões. Da mesma maneira, existe um crescimento em relação ao número de empregos ativos com carteira assinada em janeiro do ano passado – cujo número era de 40,57 milhões.

Médias de salários

Foi informado também pelo Ministério do Trabalho que o salário médio em janeiro desse ano foi de 2.012,78 reais. Descontando a inflação, esse valor também representa um aumento em relação a dezembro do ano passado, cujo valor médio era de 1.923,97 reais.

Entretanto, se formos comparar o valor médio do salário em janeiro desse ano, com o valor de janeiro de 2022, podemos perceber uma queda. No mesmo mês do ano passado, o valor médio do salário de admissão estava em uma base de 2.021,49 reais.

Vale ressaltar que todos esses dados são retirados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Assim, esse cadastro considerada apenas os trabalhadores com carteira assinada. Dessa forma, isso significa que não estão inclusos nos índices os valores vindos de trabalhadores informais.

Isso também significa que não podemos comparar esses dados com o dos números fornecidos pelos IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relacionadas aos índices de desemprego, obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).

Os índices divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego foram coletados através de empresas, do setor privado com carteira assinada. Já os números do Pnad são recolhidos por meio da pesquisa citada acima, e também incluem os trabalhadores informais.

Previsões sobre empregos em 2023

É fato que a pandemia global do COVID-19 evidenciou ainda mais as diferenças sociais em um nível internacional. Para sobreviver, trabalhadores passaram a aceitar serem mal remunerados. Além disso, também passaram a aceitar condições precárias de trabalho, entre outras coisas.

Um relatório apresentado pela World Employment and Social Outlook: Trends 2023  (WESO Trends) sobre as perspectivas e tendência de empregos no mundo em 2023, mostrou que a projeção do crescimento global do emprego será de apenas 1,0% em nesse ano.

Então, isso representa menos da metade do nível de 2022. Dessa forma, o desemprego deverá atingir durante esse ano cerca de 208 milhões de pessoas. Esse número representa uma taxa de desemprego de 5,8% mundialmente falando. Além disso, também demostra um aumento de cerca de 3 milhões se comparado ao ano passado.

Isso tudo acontece devido a falta de mão de obra nos países com uma renda mais alta. Sendo assim, de uma maneira geral, esse índice demonstra que o desemprego em uma escala global vai permanecer cerca de 16 milhões acima do índice apresentado antes da crise da pandemia – que foi definido no ano de 2019.

Qualidade dos empregos em 2023

Além do desemprego em si, outro índice que preocupa e interessa aos trabalhadores é a qualidade do emprego. Como foi citado acima, durante a pandemia global do COVID-19, muitas pessoas acabaram aceitando realizar trabalhos sem uma remuneração adequada, e sem condições justa.

Dessa forma, essa é uma preocupação muito atual. Isso, é claro, contribui para a escassez de ofertas de trabalho ao redor do mundo, e também no Brasil. Para evitar o desemprego, a previsão é de que muitos trabalhadores permanecerão tendo que aceitar trabalhos de menor qualidade, geralmente mal remunerados e até mesmo com número reduzido de horas.

Isso tudo pode contribuir para levar mais pessoas a linha da pobreza – tendência que foi muito observada durante a pandemia do COVID-19.

Além de tudo isso, a pesquisa da World Employment and Social Outlook também levou em conta as pessoas que além de desempregadas, não estão a procura de um emprego. Dessa forma, a pesquisa inclui também as pessoas que desejam trabalhar, mas não procuram ativamente emprego, seja por desânimo ou por terem outras obrigações, como responsabilidades de cuidados.

Para concluir, a situação das mulheres e dos jovens no mercado de trabalho também é preocupante em diversos níveis. De uma perspectiva global, a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 47,4% em 2022, em comparação com a de 72,3% dos homens. Sendo assim, essa diferença significativa de 24,9 pontos demonstra que, para preencher o espaço de um homem ativo na economia, são necessárias duas mulheres.

No caso da população jovem, (indivíduos com idades entre 15 e 24 anos) a dificuldade se apresenta na hora de encontrar e manter um emprego. A taxa de desemprego nesses casos é três vezes maior do que a da população adulta.

FONTE: b123.com.br