Em 1º mês de lives, Lula se contradiz sobre o agro, omite emendas pagas e vê audiência patinar

O primeiro mês de lives do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado, sobretudo, por discursos vazios, promessas requentadas e distanciamento com os espectadores. Batizada de “Conversa com o Presidente”, a transmissão ao vivo, ainda que tenha bebido da fonte das tradicionais lives semanais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está longe de ser um sucesso da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). Isso porque, embora tenha como objetivo aproximar o presidente dos eleitores e trazer uma prestação de contas aos espectadores, na prática, o mês de estreia do programa com Lula teve como destaque contradições sobre o agronegócio, omissão do pagamento de emendas e poucas dados concretos do terceiro mandato do petista. Nas cinco primeiras transmissões, o chefe do Executivo federal concentrou suas falas, principalmente, em temas como salário-mínimo, Amazônia, economia, meio ambiente e agricultura, mostra levantamento da agência Lupa. Além desses assuntos, que figuram entre os cinco mais citados pelo presidente, as falas se concentraram em termos como negociações, com destaque para a antecipação do programa Desenrola Brasil; Minha Casa Minha Vida; e fake news.

Diferente do modelo usado na gestão Bolsonaro, que era mais informal e até “caseiro”, o tom da conversa com Lula se assemelha ao modelo de podcast, mas com discursos habituais de campanhas. “O povo brasileiro tem que ter paciência”, “estou extremamente satisfeito” e “vamos trabalhar muito” foram algumas das frases emblemáticas do presidente na primeira entrevista, de 13 de junho, quando ainda disse que “nunca teve problemas com o agronegócio”, embora tenha, dias antes, criticado a Agrishow, maior feira do agronegócio do país, e chamado seus organizadores de “facistas” e “negacionistas”. As transmissões seguintes não foram diferentes. Embora Lula tenha chegado a falar sobre suas próximas viagens ao exterior e projetos de leis sancionados, em mais de uma ocasião ele perdeu a oportunidade de adotar o tom de prestação de contas aos espectadores, como citando o resultado das viagens internacionais para o país, por exemplo. As “conversas com Lula” também abordaram, em “tom diplomático”, temas como meio ambiente, críticas à gestão anterior e ao 8 de Janeiro, a aprovação da reforma tributária e a relação com o Congresso Nacional, mas não houve a menção às seguidas liberações recordes de emendas parlamentares, nas vésperas das votações. “Não é a política que é dando que se recebe”, chegou a dizer Lula.

No total, as cinco transmissões ao vivo, se somadas, chegam a pouco mais de 570 mil visualizações. Sendo que a primeira soma 183 mil visualizações e a última, 77 mil – o que, além de tudo, mostra um evidente declínio na audiência. Ainda que as lives tenham sofrido mudanças de cenário para reverter o fracasso inicial, a avaliação é que, por mais que Lula fale bem, o formato aparenta uma propaganda política e não atrai a população. “Isso diverge muito do que o Bolsonaro fazia, porque apesar dos cenários precários, ele apresentava uma imagem mais espontânea na forma e nos conteúdos, nas falas, nas explosões que ele tinha. Lula, ao contrário, está sempre muito simpático, falando que quer ajudar a população. É um processo de aprendizado por parte do Partido dos Trabalhadores, que tem um problema de comunicação histórico com a população”, explica o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) ao site da Jovem Pan.

Diferente do modelo usado na gestão Bolsonaro, que era mais informal e até “caseiro”, o tom da conversa com Lula se assemelha ao modelo de podcast, mas com discursos habituais de campanhas. “O povo brasileiro tem que ter paciência”, “estou extremamente satisfeito” e “vamos trabalhar muito” foram algumas das frases emblemáticas do presidente na primeira entrevista, de 13 de junho, quando ainda disse que “nunca teve problemas com o agronegócio”, embora tenha, dias antes, criticado a Agrishow, maior feira do agronegócio do país, e chamado seus organizadores de “facistas” e “negacionistas”. As transmissões seguintes não foram diferentes. Embora Lula tenha chegado a falar sobre suas próximas viagens ao exterior e projetos de leis sancionados, em mais de uma ocasião ele perdeu a oportunidade de adotar o tom de prestação de contas aos espectadores, como citando o resultado das viagens internacionais para o país, por exemplo. As “conversas com Lula” também abordaram, em “tom diplomático”, temas como meio ambiente, críticas à gestão anterior e ao 8 de Janeiro, a aprovação da reforma tributária e a relação com o Congresso Nacional, mas não houve a menção às seguidas liberações recordes de emendas parlamentares, nas vésperas das votações. “Não é a política que é dando que se recebe”, chegou a dizer Lula.

No total, as cinco transmissões ao vivo, se somadas, chegam a pouco mais de 570 mil visualizações. Sendo que a primeira soma 183 mil visualizações e a última, 77 mil – o que, além de tudo, mostra um evidente declínio na audiência. Ainda que as lives tenham sofrido mudanças de cenário para reverter o fracasso inicial, a avaliação é que, por mais que Lula fale bem, o formato aparenta uma propaganda política e não atrai a população. “Isso diverge muito do que o Bolsonaro fazia, porque apesar dos cenários precários, ele apresentava uma imagem mais espontânea na forma e nos conteúdos, nas falas, nas explosões que ele tinha. Lula, ao contrário, está sempre muito simpático, falando que quer ajudar a população. É um processo de aprendizado por parte do Partido dos Trabalhadores, que tem um problema de comunicação histórico com a população”, explica o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) ao site da Jovem Pan.

FONTE: JOVEMPAN.COM.BR