ITAPETINGA: PC do B, UM PARTIDO QUE SE MANTEVE NANICO AO LONGO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

ITAPETINGA-SUDOESTE BAIANO

José Ferreira, o candidato comunista de 1992 (foto: arquivo pessoal do editor).

É tempo de eleição municipal e um pouco de contexto histórico faz bem à avaliação popular. Estaremos, a partir de agora, trazendo um pouco da história política aos nossos leitores, sempre com o cuidado de apenas narrar os fatos.

Hoje é a história do PC do B, o Partido Comunista do Brasil, em Itapetinga.

Desde a chamada redemocratização, o PC do B participou de todas as eleições municipais, sempre apresentando nomes de candidatos ao legislativo.

Foram 09 eleições municipais disputadas: 1982, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016. Dessas, o PC do B conseguiu eleger vereadores em 05 oportunidades:

1988: Antônio Rocha (370 votos); Gilson de Jesus (441 votos); Luiz Carlos Novais “Luizinho da Muleta” (363 votos).

1996: Gilson de Jesus (879 votos)

2000: Gilson de Jesus (810 votos); Jerisvaldo Pereira “Jerry” (489 votos)

2008: Gilson de Jesus (970) votos

2012: Renan Coelho (497 votos)

Observa-se que com a exceção das eleições de 2012, Gilson de Jesus estava entre os eleitos do Partido.  Em 2012, Gilson de Jesus não disputou o cargo, tendo sido eleito o professor Renan Coelho, que não conseguiu sua reeleição, em 2016.

O total de votos de todos os mandatos do PC do B, ao longo da história, somam 4.819. A vereadora Naara Duarte, em sua primeira eleição em 2008, obteve mais de 50% de todos os votos somados em todos os mandatos do PC do B, uma vez que ela é quem detém o Recorde de maior votação para vereador da história de Itapetinga, com 2.470 votos, ficando em segundo lugar, na história, o vereador Anderson da Nova, com 1.827 votos.

O vereador Gilson de Jesus, o grande nome do PC do B, nunca obteve votação superior a mil votos, sendo sua maior marca a de 2008, com 970 votos.

O último representante do PC do B na Câmara Municipal foi o professor Renan Coelho, que não conseguiu se reeleger em 2016, embora seu mandato tivesse sido aprovado pela comunidade, uma vez que praticamente dobrou sua votação, sendo prejudicado pelo chamado coeficiente eleitoral.

O que esses números nos revelam?

Revelam que o PC do B, embora tenha em seus quadros grandes nomes da política local, pessoas de bem, íntegras e positivamente inseridas no contexto da sociedade, sempre se manteve como um simples satélite, orbitando em torno de grandes lideranças sem nunca ter a coragem se engajar numa campanha onde pudesse apresentar seu maior líder, Gilson de Jesus, como um candidato ao executivo municipal.

A chamada Frente Alternativa, ainda na década de 1980, era apenas um posicionamento de protesto, mas nunca com o propósito de auspiciar a chefia do executivo municipal, de fato.

Durante a história política de Itapetinga o PC do B sempre se posicionou a favor de determinado candidato a prefeito de outro partido, alternando entre lideranças antagônicas. Andou com o grupo de José Otávio Curvelo e também andou com o grupo de Michel Hagge. Apoiou médicos em um momento e fazendeiros em outro, e, ao que nos parece, nas eleições deste ano apoiará um candidato que é as duas coisas ao mesmo tempo. Este é o livre exercício da democracia.

Tentando resumir esse contexto histórico, eu diria que, se fosse um partido determinado e corajoso, o PC do B já teria feito Gilson de Jesus prefeito eleito e reeleito de Itapetinga, mas contentar-se em ter uma representação na Câmara Municipal o fez permanecer nanico e hoje, sem representatividade.

Deixo claro aqui que esta é uma crítica construtiva.

Você pode até não concordar, mas essa é a minha opinião.

Por Maurício Gohmes